Matemática, computadores, smartphones, poesia e mulheres em TI. Iniciativas em transporte coletivo. Dinheiro, muito dinheiro em aplicativos. 2006 doze anos depois
Quebrando o monopólio dos coletivos
transportes | negócios
Duas iniciativas bacanas na área de transporte coletivo não urbano tentando trazer alguma modernidade para esse modal tão monopolizado por práticas, empresas e regulações que não fazem mais tanto sentido em 2018.
A Busca Onibus é uma startup que oferece informações sobre preços, horários e trajetos por meio de um banco de dados com mais de 160 viações nacionais e internacionais na América do Sul além de direcionar a compra de passagens para os sites onde elas são vendidas. Leia maissobre como a empresa surgiu e os enormes empecilhos encontrados pelo seu criador num país onde o transporte rodoviário de pessoas é das coisas mais arcaicas que existem.
A Buser, que começou a operar semana passada, é uma empresa de fretamento colaborativo de ônibus. Pessoas interessados em ir de uma cidade para outra numa mesma data se juntam em grupos e contratam através da plataforma um ônibus executivo para levá-las. A Buser não só viabiliza o encontro dessas pessoas com um mesmo destino como também garante que o ônibus e motoristas contratados cumpram com todas as regras e leis de transporte coletivo.
A comparação com a Uber é inevitável e os problemas enfrentados pela empresa também são muito parecidos. Das quatro primeiras viagens contratadas pela plataforma, duas foram proibidas de partir pela ANTT apesar de a própria agência ter dado a autorização previamente. Leia sobre isso na página da Buser no Facebook.
É mais um exemplo do desnorteamento que domina velhos empresários e governos frente às novas iniciativas que quebram monopólios arcaicos há muito estabelecidos.
Estratégia, criatividade e imaginação
trabalho
A gente fala muito aqui sobre como robôs vão tomar conta de muitas atividades nos próximos anos. No Reino Unido estima-se que quatro milhões de trabalhadores poderão ser substituídos por máquinas nos próximos dez anos. Em maior ou menor grau é um fenômeno que vai acontecer na maioria dos países.
A Harvard Business Review diz que “o CEO do Deutsche Bank previu que metade dos seus 97 mil funcionários poderia ser substituída por robôs. Uma pesquisa revelou que “39% dos empregos no setor jurídico poderão ser automatizados nos próximos 10 anos. Uma pesquisa independente concluiu que, no futuro, os contadores têm 95% de probabilidade de perder seus empregos para a automação”. O problema a ser resolvido é se será possível encontrar ocupações para essa massa de trabalhadores.
A matéria da HBR sugere que o futuro do trabalho humano é a imaginação, a criatividade e a estratégia, atividades que as máquinas, por enquanto, ainda não dominam totalmente.
Mulheres em TI
educação | trabalho
Para atualizar essa mão de obra que será substituída por máquinas serão necessárias inciativas como a da Soraya, estudante de Sistemas da Informação na Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN). Ela ensina algoritmos e programação em escolas públicas no interior do estado utilizando uma abordagem pouco ortodoxa: ela usa poesia.
Conheça mais sobre a Soraya, sua iniciativa e resultados na matéria do Huffpost. Ótima maneira de você também entender do que se tratam esses famosos algoritmos.
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Soraya é quase uma exceção nos cursos de sistemas e tecnologia. Na década de 1970, cerca de 70% dos alunos do curso de Ciências da Computação, no IME, eram mulheres; hoje, 15%. A matéria do Jornal da USP tenta responder por que que as mulheres “desapareceram” dos cursos de computação.
A explicação, por mais paradoxal que pareça, passa pela popularização dos computadores, como ilustra a professora do IME Renata Wassermann:
“Quando os jogos começaram a se popularizar, acabou ficando estigmatizado como ‘coisa de menino’. Já no início dos anos 1970, era tudo muito abstrato, ninguém tinha computador em casa, então computação tinha mais a ver com a matemática, e o curso de matemática tinha mais meninas do que o de computação. O curso de computação não era muito ligado à tecnologia porque a gente não tinha computadores pessoais. Isso mudou bastante e agora o curso se refere mais à tecnologia do que à matemática.”
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Matemática>PCs>Smartphones
negócios | tecnologia
Da matemática para os computadores e dos computadores para os smartphones, a roda da tecnologia não para. Em pouco menos de 10 anos desenvolvedores de aplicativos ganharam cerca de US$ 86 bilhões só com a Apple, que detém aproximadamente apenas 15% dos aparelhos globalmente. Os outros 85% são majoritariamente Android. Mas nas receitas provenientes desses aparelhos, a proporção se inverte. A Apple tem quase 80% de todo o dinheiro que roda nesse ecossistema.
Imagine só quantos empregos foram criados para gerar essa riqueza toda que simplesmente não existia antes de 2007. Mais uma prova de que a tecnologia vem criando mais empregos do que destruindo. E o melhor é que não vem criando empregos só na área tecnológica.
2006 doze anos depois
negócios | tecnologia
Para variar um pouco, ao invés de falar do futuro vamos lembrar um passado bem recente. Nenhuma das empresas e tecnologias abaixo existiam em 2006. Tampouco existiam os empregos e a riqueza que elas criaram.
Há muitas outras como Uber (2010), Xiaomi (2009) e Pinterest (2010) que tampouco existiam e hoje somadas valem perto de US$ 100 bilhões. Quantas delas você tem no seu bolso agora?