Segredos compartilhados na Nova Economia
sociedade | tecnologia
Você já deve ter lido ou ouvido falar sobre open source mas talvez não saiba exatamente o que é. Eu explico começando com a definição da Wikipedia: “Código aberto, ou open source em inglês, é um modelo de desenvolvimento que promove um licenciamento livre para o design ou esquematização de um produto, e a redistribuição universal desse design ou esquema, dando a possibilidade para que qualquer um consulte, examine ou modifique o produto”
O termo surgiu na indústria do software bem recentemente, em 1998, e para ser considerado open source um produto sob essa denominação deve garantir entre outras coisas que sua distribuição seja livre (gratuita ou não, inteira ou em partes) e que o código fonte seja plenamente acessível e modificável livremente – viabilizando assim a criação de produtos derivados – mas sempre mantendo a integridade do autor original. Um dos maiores sucessos open source é o sistema operacional Linux que equipa milhões de computadores e servidores. É possível baixar o seu código fonte e modificá-lo inteiro, da maneira em que o usuário achar melhor. Grandes empresas como a HP, Oracle e Google já colaboraram no desenvolvimento e melhorias do Linux.
Mas como vocês já sabem, eu gosto mesmo e quando on-line e off-line se encontram seja em modelo de negócios, seja em conceitos de….restaurantes.
Restaurante open source
O Leka em Barcelona está sendo considerado o primeiro restaurante open source do mundo. Seguindo os mesmos conceitos dos softwares, qualquer um pode baixar gratuitamente o projeto do local, os desenhos do mobiliário, uniformes e, claro, as receitas do menu.
O Leka faz parte da iniciativa Fab Lab Barcelona que ao longo da última década “ajudou pessoas ao redor do mundo a conceituar, projetar, desenvolver e fabricar localmente, com foco em tecnologias abertas e acessíveis [open source] que possam mudar o mundo”. Exatamente o mesmo conceito que um dia foi exclusivo do mundo digital, agora aplicado a um produto tão palpável como comida.
Open Banking
Uma derivação do conceito open source levado para a delicada área bancária permite que os dados bancários dos clientes possam ser compartilhados com terceiros, quebrando a exclusividade dos bancos em relação a informações como saldo na conta, empréstimos e padrões de gastos. O conceito principal por trás do open banking é que os dados bancários pertencem aos clientes e não aos bancos.
Isso permite o surgimento de uma série de novas empresas e serviços financeiros complementares aos dos bancos, que atendam demandas específicas de pessoas e empresas.
No Brasil o Guia Bolso, com 3,5 milhões de usuários, já se conecta diretamente na conta dos clientes que fornecerem sua senha do banco, mas essa não é a melhor solução. No open banking o próprio banco oferece pontos de entrada controlados e seguros aos dados que o cliente permitir, sem necessidade de compartilhar senhas. O Banco do Brasil já faz um teste com outra start-up, a Conta Azul, onde dá acesso mais profundo aos dados bancários de inicialmente 4 mil micro e pequenas empresas.
A desbancarização por aqui parece que vai acontecer antes da completa bancarização da população, o que vai confirmar uma afirmação do Bill Gates de que “precisamos dos serviços financeiros, mas não dos bancos”.
Leia mais sobre a transformação digital do dinheiro na Nova Economia nesse meu artigo.
Nós na rede
sociedade
Dois estudos mostram como americanos e brasileiros acessam redes sociais e consomem notícias on-line.
O Pew Research Center fez uma profunda pesquisa sobre as plataformas sociais favoritas dos americanos e descobriu que a maioria dos americanos usa Facebook e Youtube, mas que jovens adultos preferem o Snapchat e o Instagram. O estudo mostra também como há um conflito ideológico entre usar ou não as redes: enquanto aumenta a quantidade de usuários que dizem que seria difícil deixar o as redes sociais, a maioria deles diz que isso não seria nada difícil. É o nosso conflito de todo dia. Leia o estudo completo aqui.
Já um estudo feito pelo Aos Fatos tenta aprofundar a análise às respostas de uma pergunta simples: Como você se informa online?
Destrinchando não só os meios mais utilizados, o site busca entender também a compreensão e a confiança dos leitores sobre as notícias consumidas.
Um hipotético cruzamento entre a pesquisa do Pew e do Aos Fatos, embora feitas em países diferentes, pode mostrar que mesmo com o alto peso das redes sociais como canal informativo, os leitores buscam outros canais para confirmarem notícias que lhes interessam ou veem como relevantes.
Leia o estudo do Aos Fatos aqui.
Bebida, telefones e paixões são eternos
sociedade
Uma música de 1978 que seria impossível hoje, com mensagens instantâneas e e-mails dominando a nossa comunicação. Ela fala como telefonemas, cartas, amores e decepções em tempos de voz e tinta eram bem mais duros. Era um tempo em que o equivalente a não ver os dois tracinhos azuis era o som do fone batendo no gancho. Repare só.